quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Um roteiro chamado Foz do Iguassu

Foz do Iguaçu ingressou na fase de acelerar o seu crescimento urbano
e de aprimorar o seu desenvolvimento, alimentado por crescentes
 fluxos turísticos em direção a seus atrativos.


Milhares de informações circulam pela internet, enaltecendo as belezas naturais de Foz do Iguassu (grafia adotada pelos moradores daquela região) e sua principal atração: as Cataratas do Iguassu. Nem mesmo se pudessemos reunir todas elas num único compêndio seria possível substituir uma visita pessoal àquela que é considerada uma setes maravilhas do mundo moderno, cujo patrimônio natural, paisagístico e cultural representa apenas uma parte da grandeza de sua existência.




Marco das Três Fronteiras

A exuberância das Cataratas está localizada junto a um portal onde converge, num único ponto, as divisas entre o Paraguai, a Argentina e o Brasil. Foz do Iguassu é considerada, hoje, o segundo maior polo de convergência turística natural da América Latina, perdendo apenas para a região do Pantanal.

Pois foi esse um verdadeiro PRESENTE que ganhei do Cosmos, de poder visitar Foz do Iguassu e toda a sua imponência natural, assim como de usufruir uma parte da enorme oferta de passeios, trilhas e roteiros turísticos, ofertados pelas agências turísticas existentes naquela cidade.
 
De 18 a 21 de setembro de 2012 experimentei, juntamente com minha esposa, a sensação de me deslocar pelo tempo/espaço e viver tantas emoções, que me deram a sensação de abstração da dimensão rotineira. Cronologicamente foram apenas três dias, mas parece ter se passado anos luz pela intensidade das experiências vividas.


Foto de minha autoria
O turismo de Foz do Iguaçu gera um movimento constante,
que certamente irá aumentar, à medida que se aproximar
a próxima Copa do Mundo, pois a cidade será um dos
 dois pontos de apoio de Curitiba,
uma das capitais a sediar a realização dos jogos.


Circulando pelos principais pontos, visitados pela maioria dos turistas, pude observar a variedade de linguas e dialetos falados, indumentárias e lugares de origem, espalhados por este Planeta, uma verdadeira miscelânia  de usos e costumes, de significativa importância antropológica e sociológica.

Ouví pelo menos sete línguas diferentes: inglês, francês, japonês, russo, árabe e, é claro, espanhol e português. Mas em conversa com guias locais recebí a informação de que foram catalogadas cerca de 80 linguas diferentes, trazidas pelos fluxos turísticos nas diferentes temporadas anuais.

Andando pelos lugares de maior visitação, há certa altura chegávamos a nos acutuvelar com a grande massa, não dando nem mesmo espaço para esticarmos os braços para tirar fotos dos locais visitados. Os passeios e trilhas se tornaram insuficientes para abrigar o grande fluxo, transbordando pelos acostamentos e caminhos de chão batido às margens do calçamento principal que leva aos pontos visitados.


Os passeios são insuficientes para dar suporte aos
 deslocamentos de turistas. Ao andar por eles tivemos
que seguir pelo acostamento, já que as calçadas
 estavam tomadas pela circulação de transeúntes em fluxo contrário.


Nos trechos cobertos por ônibus ou trem, a oferta de transportes revelou-se absolutamente insuficiente para atender à enorme demanda existente, considerando-se o fato de setembro não ser um dos meses de maior pico de afluência turística. Não quero nem mesmo imaginar o que isso significa durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro de cada ano.

Os guias também dizem que, com destaque os turistas nipônicos, mas também europeus e norte-americanos, chegam a ficar indignados, quando são trazidos ao Brasil por uma rota que inclui cerca de nove dias na cidade do Rio de Janeiro e apenas um dia em Foz do Iguassu. É quase unânime o desabafo de que não querem ver a grande metrópole, mas conhecer e conviver com fauna e flora, que se encontram longe de seus habitat´s, consideradas últimas fronteiras ecológicas deste Planeta.

Recentemente, muitos desses visitantes passaram a recomendar a seus parentes e amigos que uma ida direta àquela região , contornando o circuito dos grandes centros urbanos, passando, assim, a sugerir que as novas levas organizem suas viagens e contratem seus guias antes de iniciarem suas viagens. Por isso mesmo Foz de Iguassu passou a ser também um centro catalizador de fluxos e distribuidor entre os vizinhos núcleos urbanos de Cidad del Leste (Paraguai) e Porto Iguassu (Argentina), aos quais me detenho a seguir para abordar melhor o assunto.

Em Foz do Iguassu começa a surgir uma estrutura refinada de recepção ao turista. Estão preparados para as mais diversificadas modalidades de lazer, esportes e recreação, que começa por vôos aéreos de helicópteros, pela região, pelas cataratas e pela Unsina de Itaipu, passando pelo montanhismo, passeios de barco pelas correntezas, trilhas pelas matas, tours, além de compras no Paraguai e Argentina, assim como nos dutyshops, entre outros.

Como estávamos com o tempo contado, achamos prudente contratarmos guias turísticos para nos acompanhar nos passeios que realizamos. Foi a melhor opção, e, por isso mesmo, recomendamos: quando visitarem Foz do Iguassu, não deixem de contratar esses profissionais.
 
Além de os turistas contribuirem para a geração de emprego e de renda locais, eles dispõe das informações necessárias para os trechos contratados, ajudam a encurtar caminho e a não se perder, colaboram para racionalizar o tempo disponível e fazem a narrativa dos processos históricos sobre os locais visitados, assim como dos roteiros de compras, procedimentos aduaneiros, melhores lojas, melhores preços, equivalência de moedas, dúvidas na tradução de diferentes idiomas e tudo o mais que o turista necessita. Além de tudo isso, apesar do curto contato, terminamos por constituir novas amizades pela forma sincera, amável e hospitaleira com que nos receberam.


Os guias Roberto Rouver
e Derço ofereceram suporte profissional adequado para
tornar os passeios agradáveis e segundo
 a programação previamente estabelecida.


Por isso quero deixar registrado aqui, em meu nome e em nome de minha esposa, nossos sinceros agradecimentos à equipe da Agência Iguassu Golftur, em especial à Fran, que gentilmente e incansávelmente soube esmerar-se para prestar todas as informações requisitadas e agendar os passeios que requisitamos. Aos guias oferecidos pela Agência, em especial Delço, Roberto Rouver e Julcimar Felisberto, esse último também dublê de fotógrafo, interprete e motorista. Em muitos passeios sacrificaram até mesmo seus almoços e horários para descanso para permitir, com profissionalismo, eficiência e presteza, a qualidade dos serviços prestados.
 
O guia Jucimar Felisberto foi autor de uma parte das fotos registradas,
assim como o suporte digital e a companhia constante em passeios
 na Argentina e nas compras de souvenirs de lembranças
 para parentes e amigos deixados em nosso lugar de origem.

Um bom atendimento a gente nunca esquece. Vocês se excederam e, por isso mesmo, a partir de agora vocês deixam de se tornar profissionais que nos atendem e passam ao rol de amigos.

Agradecemos também à toda a equipe do Hotel Iguassu Express, especialmente à gerência, a todos os recepcionistas, sem esquecer nossa gratidão ao Cheff e verdadeiro gentleman Laecio Lemos Nunes, que, com carinho e esmero, soube cuidar de meu Diabetes, elaborando um cardápio apropriado à minha dieta, saboroso e apetitoso, para quebrar com a singeleza dos ingredientes.


Aprovamos os serviços de hotelaria e agenciamento turistico
que funcionam lado a lado, no Hotel Iguassu,
para dar mais conforto e praticidade
no atendimento aos hospedes. Recebemos de todos
a cortesia e o senso profissional esperados de
 uma empresa turística preocupada em deixar
sua marca no mercado onde atua.


Conseguimos, assim, reunir, em três dias, aventura, exuberância, diversão e hospitalidade hoteleira, ingredientes que deixam aquele gostinho de "quero mais" e o desejo de retornarmos logo à Foz do Iguassu, para experimentarmos os demais pacotes que ficaram, pela pressa, para trás. Carregamos, em nossa bagagem, a experiência vívida do que disse o poeta português Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena".



Iguassu em quedas

Foto Jucimar Felisberto



Uma visita às Cataratas do Iguassu (grafia adotada pela população local) se converte em uma experiência única, que fica impressa nos registros de nossa própria alma. Tamanha imponência nos dá a certeza de que nessa vida nada é por acaso. Ao contrário. Chamemos como chamemos, de Senhor, Javé ou Jeová, Deus, Alah, Tupã, ou, simplesmente, princípio gerador de tudo que é manifesto, o fato é que, ao nos depararmos com esta incomparável beleza, que a natureza nos brinda, nos damos conta de que somos consequência de uma causa maior subjacente. Somos fruto do que está oculto em todo ato de criação: a beleza, a diversidade, o amor e, porque não, a simplicidade.

Não podemos passar pelas Cataratas do Iguassu utilizando tão somente nossa mente racional. Para compreender sua magnitude devemos nos entragar aos nossos sentimentos, à grande emoção que vai, aos poucos, tomando conta de todo o nosso ser. No mundo sutil o principal elemento é o amor, princípio, meio e fim de toda a existência. Para aqueles mais perceptivos, diante de tamanha beleza, vão percebendo nascer, no interior, uma energia purificada, que eleva os estados de consciência e produz uma sensação de plenitude, trazidas pelo elemento água em precipitação a grandes alturas.
 
Foto Jucimar Felisberto
 


Os índios, aqueles de elevada espiritualidade, sabem que, se o ser humano se entregar, vai se deixando entrar nessas energias, de forma a perceber a presença dos espíritos da natureza, das ondinas, das hostess angelicais, o chamado povo pequeno, que, através de seu trabalho e a partir da água em queda, devolvem a esse elemento toda a sua vitalidade e energização.

O resultado não pode ser outro, mesmo para quem não consegue perceber a grande ordem espiritual presente, é uma sensação de tranquilidade, elevação, paz e plenitude, ao espectador entrar em contato com esta obra verdadeiramente divina.
 
É Divina porque desperta a dimensão holística da vida. Congrega as diferenças e enaltece os valores unitivos humanos e divinos. Provoca emoções puras e desperta a elevação das energias. Permite a comunhão do ser com a natureza e com a ordem natural da existência. Nos tira da dimensão egocêntrica e nos coloca em interação com os valores universais, através da beleza e da harmonia que o ambiente natural nos proporciona.

Foto de Jucimar Felisberto

Iguaçu, em tupi-guarani, significa água grande. E eu acrescento: imponente, majestosa, holística, transcendental. Iguaçu também é o nome do rio, no estado brasileiro do Paraná, que passa pelo território Argentino, que forma, nas Cataratas, mais de 275 cascatas, localizadas junto a uma área de cobertura vegetal nativa, que formam parques nacionais no Brasil e na Argentina.




As Cataratas são consideradas Patrimônio Natural da Humanidade e
 já participaram várias vezes das seleções
para entrar na lista das Sete Novas
Maravilhas da Natureza. Foto de Jucimar Felisberto.

O turista que desejar conhecer as Cataratas pode encontrar em duas alternativas a oportunidade de entrar em comunhão com aquelas águas em queda. Pelo lado brasileiro, de menor percurso, a visão geral e frontal, acrescido de uma trilha que chega aos pés do véu para olhar, de baixo para cima, aquele universo em precipitação.
 
Foto de Jucimar Felisberto
 
 
A proximidade àquele caudal líquido se faz a um chuvisco provocado por nuvens de gotículas que sobem a partir do impacto das águas com as rochas existentes na profundidade das correntezas.
 
Foto de Jucimar Felisberto
 
 
Do lado argentino, as opções são muitas. Do centro de recepção ao turista partem inúmeras trilhas e caminhos, que levam ao nível das águas e de lá por passeios de barco até as quedas. E, também, para os adeptos do rapel, inúmeras descidas pela mata, circundando princípicios, até o terminal das barcas.
 
Foto de Roberto Rouver
 
Seguindo pelas trilhas, na mesma superfície, chega-se ao terminal do trenzinho que transporta os visitantes aos diferentes pontos mais elevados do passeio, de onde o turista pode ver a água se precipitar pelas pedras, formando 90 graus, até chegar ao leito seguinte, em plano mais baixo. Também há opções de passeios de helicópteros para sobrevôos por toda a região.

Foto de minha autoria

No ponto mais alto, a visibilidade é pequena, destacando-se apenas uma bluma pela elevação das gotículas que sobem em direção contrária.

Foto de minha autoria


O grande criador parece que nutriu uma queda para cada gosto, que formam uma verdadeira ciranda das águas.



Ao andar pelas áreas das Cataratas, o turista encontra animais silvestres que já se acostumaram à pressença humana e fazem seus passeios sem se considerarem molestados. O problema é que os quatis pedem comida aos visitantes e são por esses alimentados de forma errônea. Seus organismos não estão preparados para fazer a digestão de alimentos industrializados e ficam doentes. Alguns já se habituaram e receber dos turistas petiscos e não mais procuram na natureza. Se tornaram incovenientes e muitas vezes agressivos. Roubam alimentos, arranham e mordem quem carrega nas mãos alguma comida desejada. Uma situação inadequada para todos. O turista se sente molestado. O quati passa a ser mal alimentado e a direção do Parque com problemas de saúde dos animais.



Ao final da visita, o turista se sente completamente recompensado. Se tiver fôlego e resistência, pode passar por cerca de 14 cenários, considerados os mais românticos do mundo. Quanto a mim, senti-me confortavelmente premiado, por ter passado por essa experiência, irretratável para quem ainda não a viveu e não sentiu a força das energias espirituais que alimentam as águas que correm. Uma forma que se asselha ao que diz a letra da música de Paulinho da Viola, "Sei lá Mangueira", que diz, à certa altura:

... para se entender
Tem que se achar
Que a vida não é só isso que se vê
É um pouco mais
Que os olhos não conseguem perceber
E as mãos não ousam tocar
E os pés recusam pisar
Sei lá não sei...
Sei lá não sei...
Não sei se toda beleza de que lhes falo
Sai tão somente do meu coração...
...Num sobe e desce constante
Anda descalça ensinando
Um modo novo da gente viver
De sonhar, de pensar e sofrer
Sei lá não sei, sei lá não sei não.
A Mangueira (as Cachoeiras) é (são) tão grande (s)
Que não cabe explicação.

Última parada: o santuário dos pássaros






O Parque das Aves é uma das principais atrações turísticas de Foz do Iguaçu. É formado por uma área ambiental temática, destinadfa a incentivar o turismo ecológico e a preservação de espécies ameaçadas de extinção, entre elas estão aves tropicais raras e multicoloridas.
 
Localizado próximo ao Parque Nacional do Iguaçu, na Avenida das Cataratas, quilômetro 17, Foz do Iguaçu, o Parque é considerado o maior em sua categoria na América Latina. Nas áreas onde os pássaros vivem confinados é permtida a entrada de visitantes, que ficam frente a frente com as aves. Tucanos, araras, periquitos e outras aves tropicais pousam a poucos metros do visitante, tornando o passeio inesquecível. É o local perfeito para fotografar e conhecer as aves existentes no Brasil, que predominam em relação às espécies da África, Ásia e Austrária, também presentes naquele local.

 
 
Em cada viveiro há placas indicativas de nomes científicos e
procedência dos animais, ressaltando as características
de cada um deles. Foto de minha autoria.
 
Esse tucano, conforme sua descrição acima,
 é um dos mais lindos que pude observar
na visita ao Parque das Aves. Foto de minha autoria.
O Parque das Aves Foz Tropicana possui uma área de 17 hectares de mata nativa, situada próximo ao Parque Nacional do Iguaçu. No viveiro das aves e na Savana Africana espécies raras, de cores exóticas, contrastam com as cores encontradas no recanteo das araras. É um verdadeiro santuário que se espalha ao longo da mata que que lhe dá abrigo.
 

Há uma enorme variedade de papagaios e,
como não poderia ser diferente, assisti muitos turistas,
que andavam praticamente nos acompanhando,  
tentarem falar com os animais.
" Vem cá louro ", " Dá o pé louro", "canta louro",
fazendo assobios à espera que os animais
 interagissem com eles.
Olhando aquele espetáculo burlesco,
muitas vezes assistindo um pai,
tentando impressionar seus filhos,
perguntei-me, em meu monólogo:
 "afinal, quem é mais inteligente aqui? 
Foto de minha autoria.
 
Confesso que gostaria de ver cada ave, confinada em gaiolas e cativeiros, voar livre, experimentando a liberdade. É paradoxal assisti-los confinados como única forma de preservá-los, para se evitar que sejam exterminados rapidamente, apesar das leis severas, fiscalizadas pelo IBAMA. Aí, para me consolar digo a mim mesmo: "o ser humano ainda precisa caminhar muito para chegar a ser considerado civilizado".
 
A maioria dos animais quem vivem naquela área é originária de zoólógicos, criadores autorizados pelo Ibama ou centros de reabilitação. Além de favorecer a visitação, os proprietários do Parque das Aves também desenvolvem uma série de iniciativas, ligadas à educação, conservação ambiental e pesquisas que visam a intensificação da reprodução em cativeiro.
 
Os viveiros são suficientemente grandes para permitir que
os pássaros se desloquem voando, de um lado para outro.
 Acostumados, muitos deles posam pertinho do visitante.
 Alguns chegam até mesmo a fazer poses para impressionar
quem passa por seus viveiros. Foto de minha autoria.
Entrar em enormers viveiros (foto acima) e acompanhar de perto a vida de mais de 900 aves e de 150 espécies, é uma experiência inesquecível. O turista encontra uma infinidadde de gorjeios e cores, entre elas araras-azuis, papagaios (foto acima de minha autoria) tucanos, garças, pavões e outros.
 

Nem todas as aves vivem confinadas.
Algumas estão livremente integradas à floresta do
 Parque Nacional do Iguaçu (foto acima de minha autoria).
Já acostumados à visitação, esses animais
permitem a aproximação do visitante,
não se preocupando, no entanto,
em agradá-lo nem mesmo se sentem
molestados pelas visitas que recebem
 em sua atual moradia.
 
Os visitantes seguem uma trilha pavimentada de aproximadamente 1.000 metros, que leva a diversos viveiros de aves, perfeitamente integrados à floresta.No roteiro, o visitante pode conhecer mais de 900 tipos de aves de 150 espécies. Dentro das opções, o visitante pode entrar no borboletário, visitar o viveiro de beija-flores, percorrer o setor de répteis, onde estão cobras (uma jiboia dormia enroscada em um pedado de tronco), jacarés e lagartos, a poucos metros dos olhares visitantes.
Os passeios duram aproximadamente uma hora. O Parque possui área de estacionamento, lanchonete e loja de souvenirs (foto acima de minha autoria). Ao longo do percurso são encotradas cascatas e florestas, sendo permitido fotografar e tocar as aves mansas.
 
Endereço: Rodovia das Cataratas, km 17 - Caixa Postal 988.
Horário de funcionamento: diariamente (inclusive feridados), das 8h30m às 17h30m e, durante o horário de verão, das 8h30m às 18h.
 
Mais informações consulte o site www.parquedasaves.com.br ou telefone para (45)3529-8282.




A grandiosa Itaipu

Antes de visitar as instalações da grande usina,
todos os visitantes são convidados a assistirem um filme,
de, aproximadamente, 30 minutos, focado na descrição
das bases de constituição do acordo bilateral,
 firmado entre o Paraguai e o Brasil, para construção
 daquele complexo, bem como o registro das diferentes
etapas atingidas pelo cateiro de obras, assim como
a descrição das principais características de Itaipu.
Os números impressionam e a tecnologia empregada
constitui um marco na construção de obras similares,
ainda inédita em muitos aspectos.
 

 
 
 
 
Um complexo onde tudo é gigantesco. Assim é Itaipu. Fomos visitar a Usina com base em uma idéia previamente concebida. Mas a experiência revelou-se diferente. Minha idéia inicial era de que chegaria àquele local e encontraria um manancial de águas projetando-se por entre as comportas. Achara, previamente, de que iria passear pelo piso de concreto, em cima das comportas, para ver aquele caudal de água descendo a rampa. E, ainda, acreditava que o lago contivesse pouca água represada, a ponto de poder molhar meus pés e ver os peixinhos nadando em águas claras.
 
Mas que bobagem imaginativa. Eu estava delirando. Hoje a grande rampa permanece seca, sendo usada tão somente nos períodos de maior cheia, como ladrão para fazer escoar as águas excedentes. Ao contrário, hoje a água desce por tubulações gigantes para movimentar as turbinas e, depois, retornam ao leito do rio numa profundidade de 4 metros. Dois deles para acolher as águas procedentes da tubulação e outros dois metros para favorecer a resfriação das águas aquecidas pela passagem da usina. O volume de água que corre em duas das turbinas é suficiente para igualar-se às Cataratas do Iguaçu. Acompanhe essa descrição nas fotos a seguir, de minha autoria:
 
Embora os recursos oferecidos pelo Blogger permitam
apenas fotos pequenas, o que dificulta a visualização, observe,
no centro da foto, um pouco mais à direita, os trabalhadores
em atividades e compare com a grandiosidade de cada tubulação.
A água passa pelo interior de cada um desses tubos para mover
as turbinas. Um processo interno que não permite as águas
moverem as turbinas e provocarem a geração de energia que
 alimenta dois países.
 
Além de gigantesco, tudo que se encontra no interior de Itaipu é repartido por igual entre Brasil e Paraguai: metade do efetivo que trabalha na Usina é brasileiro, outra metade Paraguaia, metade dos equipamentos é adquirido pelo Brasil, outra metade pelo Paraguai, a obra está localizada na demarcação entre os dois países, metade de um lado, e metade de outro.
 
Ao visitante são oferecidas duas modalidades de passeio naquelas instalações: uma visita externa às edificações e represa ou uma visita completa que compreende uma passagem pelos equipamentos e instalações de funcionamento de Itapu, que compreende o contato com as turbinas e salas de controle. É uma visita de caráter mais técnico que está dimensionada para cerca de quatro horas, ou um pouco mais. Optamos, devido a agenda previa, por fazer a visita externa, que dura, aproximadamente, duas horas.
 
Após passar pelo centro de recepção ao visitante, marcado pela apresentação do filme institucional de construção da Usina, os visitantes se dirigem ao estacionamento para ingressar nos ônibus à disposição. Como a quantidade de turistas é maior do que a oferta de ônibus, há veículos públicos e, também, são utilizados os próprios ônibus de excursão, assim como veículos alugados de agências de turismo. A foto (minha autoria) abaixo mostra o início da viagem até a Usina:
 
Tivemos que aguardar cerca de 10 minutos
para termos chance de ingressar no comboio, pois
a fila estava grande.
 
Ônibus de dois andares, cedidos por Itaipu, permitem
a remoção da capota para permitir ao visitante maior
visibilidade. Mas o vento estava forte e, assim,
não foi autorizada a remoção da lona que servia de teto.
Em seguida a caravana segue para o primeiro
canteiro de obras, na construção da Usina,
por onde foi feito o desvio do rio Paraná,
a secagem das águas do leito e a concretagem
da represa, bem como das comportas.
 

Hoje as comportas são acionadas somente quando o volume
das águas é superior à capacidade operacional da Usina. Foto de
 minha autoria.
 
 
Após passar pela parte externa das tubulações que alimentam as turbinas, a caravana se dirige para a plataforma onde se avista a represa, conforme mostra a foto a seguir:

Por questões de segurança, não é permitido
ao visitante descer dos ônibus, nem mesmo
levantar dos assentos, sendo
permitido apenas esticar os pescoços,
tirar fotos sentados, porém a
barreira formada pelos demais passageiros
impede que se tire fotos panorâmicas
do cenário que se descortina.
Um detalhe que me surpreendeu:
nem todas as encostas foram
construídas com a utilização de concreto,
cujos números são astronômicos.
Para economia, as paredes externas
à barragem foram construídas a partir
da justaposição de areia, argila e pedras,
conforme mostra a foto acima.

 
Um esforço integrado, entre irmãos brasileiros e paraguaios, nos deixa a impressão de que tudo é possível, se acreditarmos na própria capacidade de materializar nossos sonhos. Além da magnitude da obra, foram necessários, às equipes de conceberam e concretizaram Itaipu, muito arrojo, perseverança e obstinação. Isso aconteceu durante os anos de 1970, quando seus gestores tiveram de passar pela fase mais aguda da crise econômica brasileira. E chegaram a alcançar um índice de nacionalização, considerado o parceiro brasileiro, de praticamente 100%, no domínio da construção civil, escavações e obras civis. No tocante à fabricação e montagem dos equipamentos, a nacionalização nunca esteve abaixo de 85%.
 
Fico hoje a imaginar o que poderíamos fazer desse País, se tivessemos mais gestores dispostos a exercer seu altruísmo, do que seu egoísmo delapidador, deflagrado ainda no período colonial brasileiro, cujas influências geraram heranças em nossa cultura e cujo sistema educacional ainda não conseguiu debelar. Se pudessemos oportunizar uma visita de cada brasileiro àquele complexo talvez ensejássemos uma auto-estima maior em nossa gente e a disposição de empreender e realizar em lugar de lamentar e se deter.
 
Itaipu é uma inesgotável fonte de inspiração para novas gerações. Ao ver tantos turistas estrangeiros juntos, na condição de visitantes, vindos de longe para vê-la, fico com a notória sensação de que temos algo a mostrar ao mundo: nós, brasileiros, somos capazes de superar limites, planejar e realizar, criar, recriar e transformar, numa clara alusão ao slogan que escolhi, ao lançar o presente Blog: "O ser humano é o artífice, cria recria e transforma".
 
Conheça melhor a história de Itaipu: http://www.itaipu.gov.br/nossa-historia